O outro é um espelho?
- Mayara Ciciliotti
- 26 de nov.
- 1 min de leitura

Em muitos momentos, sim.
Pela psicanálise, sabemos que projetamos no outro aspectos nossos — medos, desejos, feridas, repetições.
O outro pode funcionar como superfície onde algo nosso aparece e ganha forma.
Mas é importante não transformar isso em regra.
Nem tudo que incomoda revela um conteúdo interno.
Há relações que realmente nos adoecem, ultrapassam limites, nos diminuem ou nos violentam.
Nesses casos, o incômodo não é um convite à introspecção — é um sinal de proteção.
Entre o que é projeção e o que é violação, existe um caminho de diferenciação que só pode ser percorrido caso a caso.
A análise não diz “tudo é sobre você”.
Ela pergunta: “O que, exatamente, isso diz de você? E do outro?”
E, a partir dessa localização, cada sujeito constrói sua saída:
elaborar, limitar, romper, se afastar, ressignificar — cada um no seu tempo e na sua necessidade.
Nem todo vínculo se transforma.
Mas todo incômodo pode ser um ponto de partida.
Texto excrito por Mayara Ciciliotti - psicóloga (CRP 16/5420)



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