top of page
All Posts


O outro é um espelho?
Em muitos momentos, sim. Pela psicanálise, sabemos que projetamos no outro aspectos nossos — medos, desejos, feridas, repetições. O outro pode funcionar como superfície onde algo nosso aparece e ganha forma. Mas é importante não transformar isso em regra. Nem tudo que incomoda revela um conteúdo interno. Há relações que realmente nos adoecem, ultrapassam limites, nos diminuem ou nos violentam. Nesses casos, o incômodo não é um convite à introspecção — é um sinal de proteção.
Mayara Ciciliotti
26 de nov.1 min de leitura


Por onde começar?
A via de entrada de uma análise (assim como tantas coisas na vida) é sempre muito particular. Às vezes, começa por um incômodo. Outras, por uma indicação, um pedido, ou o olhar atento de alguém. Na clínica com crianças, o início costuma vir dos pais, da escola, de terceiros. Na vida adulta, não é tão diferente... Muitas vezes, o convite à análise chega através de um imperativo: "Cuide-se. Faça terapia." Mas o começo não se faz por obrigação. Ele nasce de um lugar íntimo, ain
Mayara Ciciliotti
26 de nov.1 min de leitura


O papel da "repetição" no processo terapêutico
“Terei que correr o sagrado risco do acaso. E substituirei o destino pela probabilidade.” (Clarice Lispector, A paixão segundo G.H) Na escuta clínica, o destino aparece muitas vezes como repetição: histórias que se reeditam, vínculos que retornam, dores que insistem. O sujeito, tomado por essa lógica, crê que não há saída — que o que se repete é o que sempre será. O desafio da clínica é fazer furo nessa certeza. Permitir que algo do acaso aconteça — que um novo sentido possa
Mayara Ciciliotti
26 de nov.1 min de leitura


A armadilha do autocuidado e a ética do cuidado de si
Muito se fala em autocuidado: cuide-se, seja produtivo, tenha rotina, faça, aconteça. Como se fosse um imperativo, quase um check-list que precisamos cumprir para enfim, “chegar a algum lugar”. Mas no cotidiano da clínica, o que aparece são justamente os efeitos desse imperativo: queixas de procrastinação, sensação de desorganização, uma constante ideia de falha. Uma matemática que nunca fecha. Porque no fim o “menos” recai sempre sobre o sujeito: “falta algo em mim”, “não es
Mayara Ciciliotti
26 de nov.2 min de leitura
bottom of page